O tom deste artigo é abundância.
Primeiro, gostaria de definir o conceito de abundância para que a comunicação entre nós seja clara. Abundância é um termo bastante utilizado na nova espiritualidade e portanto está muito na moda. No Yoga, abundância é definido como um estado de contentamento e alegria plena, podendo ser descrito com a expressão “Eu sou suficiente”, não é preciso mais porque estou totalmente de bem com a vida.
A minha mestre Dinorah, antes de iniciar as aula, pedia-nos para deitar e largar tudo o que não é necessário para a prática de yoga, para fazer paz com a vida ficando “de bem consigo e de bem em si” – depor, antes de iniciar o caminho para o yoga.
Yoga é um estado de união. A união do que existe “cá dentro” com o que existe “lá fora”, até ao ponto em que já não existe qualquer divisão ou fronteira entre o dentro e o fora. Tudo está junto, em união. Quando se percebe isso, quando já não dá para distinguir o que é meu do que não é, chega-se à maravilhosa conclusão que a vida não é algo separado de mim, mas que existe para me servir, na medida que me entrego a servi-la.
Isto é a verdadeira abundância. Nada tem a ver com o esforço desmedido e corrida desenfreada pelo poder e pelo dinheiro. Tal como no Yoga nada é feito com esforço, a vida também flui sem esforço, numa harmonia perfeita, expandindo-se em exuberância. Em vez de esforço, a vida é consistente na sua ação, nunca desiste ou deixa coisas a meio. Assim, o Yoga só dará os seus frutos a quem for consistente na sua prática.
O seu maior fruto é sentir que se “é suficiente”, que se tem tudo o que se precisa para ser feliz.