Conheci a minha mestre durante um retiro. O primeiro que fiz com ela. Dinorah vinha de passear no pinhal quando chego à porta do hotel. Apresentamo-nos e ela ofereceu-me uma pinha. Disse: “Já viste como é linda!!”
Nos 6 anos seguintes estudei com ela. A pinha permaneceu intacta, mas ia deixando cair umas sementes, de quando em quando. Cada semente que caía, semeava-a na terra. Algumas cresceram e deram pinheiros, que transplantei para um pinhal.
Ela ensinou-me a dar vida às sementes que semeou em mim. Preparou a terra em mim para acolher a sabedoria do yoga. Na hora certa, mandou-me caminhar pelos meus próprios pés. Assim a semente poderia crescer num novo lugar, sem sombras, com espaço para expandir livremente.
Nem todas as sementes que caiem na terra crescem e se tornam árvores. Se ficarem muito próximas de outras árvores ja adultas nunca terão forças para crescer e se revelarem no seu potencial máximo, para se manifestarem na sua exuberância.
Muitos de nós permanecemos à sombra de alguém, com medo da nossa própria luz. Compete-nos saber qual o momento certo quando largar as crias, a deixá-las liderar a sua própria vida. Depois de lhes darmos as ferramentas para elas se desenvolverem e ganharem confiança em si e no seu voo, só motivando-as a seguir sozinhas é que as estaremos a ajudar verdadeiramente.
A mestre com esta lição, ensinou-me o desapego e iniciou-me no caminho da libertação.
Agora olho para o que o yoga faz de mim, como quem olha para uma pinha, e ouço: “Já viste como é linda!!”
Obrigada Dinorah, foste como uma mãe. Estás sempre no meu coração.
Namaste